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Paulo César Pereio
Paulo César Pereio (nascido Paulo César de Campos Velho em 19 de outubro de 1940) é um ator brasileiro conhecido por seu trabalho em filmes como O Bravo Guerreiro (1968), Iracema: Uma Transa Amazônica (1974), A Queda (1976), Lúcio Flávio (1977), Tudo Bem (1978), Dias Melhores Virão (1989), e na série de TV Magnífica 70 (2015–2016).
Pereio também é um ateu e comunista declarado que tem feito campanha ativamente pela remoção da icônica estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro desde o final do século XX. Ele argumenta que a estátua viola a constituição secular do Brasil e arruína a beleza natural da montanha onde está localizada. Pereio tem coletado assinaturas para uma petição exigindo sua demolição.
Paulo César Pereio | Nascimento e Primeiros Anos
Paulo César Pereio, cujo nome completo é Paulo César de Campos Velho, nasceu em 19 de outubro de 1940 em Alegrete, Rio Grande do Sul, Brasil. Detalhes sobre seus primeiros anos e criação não são fornecidos nos resultados da pesquisa.
Paulo César Pereio | Obras Cinematográficas
Paulo César Pereio teve uma longa e aclamada carreira de ator no cinema e televisão brasileiros.
O primeiro trabalho cinematográfico de Paulo César Pereio foi em 1964 no filme ‘Os Fuzis’, dirigido por Ruy Guerra. No entanto, seu grande sucesso veio em 1975 com o filme ‘As Aventuras Amorosas de um Padeiro’, pelo qual recebeu o prêmio Kikito de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Cinema de Gramado.
Em 1977-1978, Pereio alcançou grande destaque ao ser nomeado Melhor Ator no Festival de Brasília de Cinema por suas atuações nos filmes ‘Chuvas de Verão’, ‘Tudo Bem’ e ‘A Lira do Delírio’.
Alguns de seus outros créditos notáveis incluem os filmes ‘O Bravo Guerreiro’ (1968), ‘Iracema: Uma Transa Amazônica’ (1974), ‘A Queda’ (1976), ‘Lucio Flavio’ (1977), ‘Dias Melhores Virão’ (1989) e a série de TV ‘Magnífica 70’ (2015–2016).
‘O Bravo Guerreiro’ (The Brave Warrior)
No filme brasileiro de drama de 1968 ‘O Bravo Guerreiro’, Paulo César Pereio interpretou o papel principal de Miguel Horta.
‘O Bravo Guerreiro’ foi a estreia na direção de Gustavo Dahl e é considerado um dos filmes mais importantes da segunda fase do influente movimento Cinema Novo do Brasil.
O personagem de Pereio, Miguel Horta, era um líder sindical lutando pelos direitos dos trabalhadores contra forças opressivas. Sua atuação como o ‘bravo guerreiro’ Miguel foi muito aclamada, com o filme ganhando vários prêmios, incluindo o Prêmio Especial no Festival de Brasília de 1968.
O filme tinha um estilo muito teatral, com Pereio frequentemente enquadrado como prisioneiro da mise-en-scène política que retrata a luta de seu personagem contra estruturas de poder falidas. Pereio contracenou com atores como Mário Lago, Ítalo Rossi, Maria Lúcia Dahl e Milton Gonçalves em papéis secundários.
‘O Bravo Guerreiro’ marcou um dos pontos altos da carreira de ator de Pereio e cimentou seu status como um dos principais homens do cinema brasileiro do final da década de 1960.
‘Iracema: Uma Transa Amazônica’ (Iracema: Um Romance Amazônico)
No filme brasileiro de drama de 1974 ‘Iracema: Uma Transa Amazônica’, Paulo César Pereio interpretou o papel principal de Sebastião, um caminhoneiro apelidado de “Tião Brasil Grande”.
Pereio retratou Tião, um caminhoneiro que viaja pela recém-construída Rodovia Transamazônica, transportando mercadorias como madeira e gado. Seu personagem pega uma jovem prostituta indígena chamada Iracema (interpretada por Edna de Cássia) e eles começam um relacionamento tumultuado na estrada.
Tião representa a exploração e a perturbação trazidas pela construção da rodovia à floresta amazônica e suas populações nativas. A atuação de Pereio capturou o machismo e a indiferença de seu personagem em relação a Iracema e à destruição ambiental à qual ele contribui.
O filme foi controverso por sua representação crua da prostituição, pobreza e dos impactos negativos do desmatamento causado pelo projeto da Rodovia Transamazônica. ‘Iracema’ foi banido no Brasil por vários anos pela ditadura militar, sendo oficialmente lançado apenas em 1981.
Pereio contracenou com Edna de Cássia, Conceição Senna e outros nesta obra seminal do movimento “Cinema Marginal” do Brasil
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‘A Queda’
No filme brasileiro de drama de 1976 ‘A Queda’, Paulo César Pereio teve um papel de apoio no elenco.
‘A Queda’ foi co-dirigido por Ruy Guerra e Nelson Xavier, e foi inscrito no 28º Festival Internacional de Cinema de Berlim, onde ganhou o Urso de Prata – Prêmio Especial do Júri. O filme teve um elenco de apoio que incluiu Nelson Xavier, Hugo Carvana, Cosme dos Santos, Lima Duarte, Perfeito Fortuna, Ruy Guerra, Leina Krespi, Carlos Eduardo Novaes, Paulo César Pereio, Tonico Pereira e Maria Sílvia.
‘A Queda’ foi um aclamado filme brasileiro de drama dos anos 1970. O filme de 1976 ‘A Queda’ dirigido por Ruy Guerra e Nelson Xavier, que ganhou um grande prêmio no Festival de Cinema de Berlim daquele ano.
‘Lúcio Flávio’
No filme brasileiro de crime de 1977 ‘Lúcio Flávio’ (também conhecido como ‘Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia’), Paulo César Pereio interpretou o papel do Dr. Moretti, um policial corrupto.
O filme foi dirigido por Hector Babenco e retratou a história real do notório criminoso brasileiro Lúcio Flávio (interpretado por Reginaldo Farias). O personagem de Pereio, Dr. Moretti, era um policial envolvido com a gangue de assaltantes de bancos e criminosos de Lúcio Flávio.
Moretti atua como um informante para a gangue de Lúcio, fornecendo-lhes informações e assistência em troca de uma parte dos seus assaltos. Pereio retratou Moretti com um “charme malandro” que marcou sua carreira de ator, capturando a ambiguidade moral do personagem como um policial corrupto. Sua atuação destacou a corrupção dentro da aplicação da lei durante aquela era no Brasil.
Pereio teve um papel de apoio, mas fundamental, já que a cumplicidade de Moretti com a gangue de Lúcio Flávio impulsiona grande parte do enredo do filme e da intriga criminal. O filme foi uma representação áspera e realista do crime urbano no Rio de Janeiro dos anos 1970 e das táticas muitas vezes brutais da polícia contra ele.
‘Dias Melhores Virão’
No filme brasileiro de comédia-drama de 1989 ‘Dias Melhores Virão’, dirigido por Carlos Diegues, Paulo César Pereio interpretou o papel de apoio de Pereira.
Pereio retratou Pereira, que trabalhava no estúdio de dublagem onde a personagem principal Marialva (interpretada por Marília Pêra) dublava a série de TV americana “The Mary Shadow Show”. Seu personagem Pereira fazia parte do elenco de dubladores e equipe de estúdio.
Apesar de ser um papel de apoio, Pereio teria contracenado com os principais atores do filme, como Marília Pêra, Paulo José, Zezé Motta, José Wilker e Rita Lee (que interpretava a si mesma). ‘Dias Melhores Virão’ acompanhou os sonhos de Marialva de se tornar uma estrela de Hollywood e sua vida romântica tumultuada, com o estúdio de dublagem como pano de fundo.
O filme foi um sucesso crítico, ganhando prêmios nos Festivais de Cinema de Denver, Biarritz e Cartagena, e foi a indicação do Brasil ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 1991.
‘Magnífica 70’
Na série brasileira de drama televisivo ‘Magnífica 70’, Paulo César Pereio interpretou o papel do General Souto, um oficial militar de direita.
General Souto era um oficial de alta patente nas Forças Armadas brasileiras durante a ditadura militar do país na década de 1970, a era em que a série se passa.
Pereio retratou Souto como uma caricatura de extrema direita, representando as forças repressivas e autoritárias do regime militar na época.
O personagem de Pereio é pai de Isabel Souto (interpretada por Maria Luísa Mendonça), que é uma das personagens principais da série. O General Souto é retratado como um linha-dura que entra em conflito com as sensibilidades mais liberais e artísticas dos protagonistas da série, como o censor de filmes eróticos Vicente (Marcos Winter).
A atuação de Pereio como o autoritário General Souto destacou as tensões e divisões dentro da sociedade brasileira durante o período da ditadura militar.
Os críticos elogiaram Pereio por trazer uma mistura de humor e ameaça à sua interpretação do General Souto autoritário. Seu personagem representava as forças militares conservadoras tentando manter o controle sobre os movimentos de contracultura emergentes da época.
Prêmios e Conquistas de Paulo César Pereio
Em 1975, Paulo ganhou o Prêmio Kikito de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Cinema de Gramado por sua atuação no filme ‘As Aventuras Amorosas de um Padeiro’.
Em 1977-1978, ele alcançou um feito importante ao ser nomeado Melhor Ator no Festival de Cinema de Brasília por suas performances em três filmes diferentes – ‘Chuvas de Verão’, ‘Tudo Bem’ e ‘A Lira do Delírio’.
O filme de 1968 ‘O Bravo Guerreiro’, no qual Pereio interpretou o papel principal de Miguel Horta, ganhou o Prêmio Especial no Festival de Cinema de Brasília de 1968.
‘Dias Melhores Virão’ (1989), com Pereio em um papel de apoio, ganhou prêmios nos Festivais de Cinema de Denver, Biarritz e Cartagena, e foi a indicação do Brasil ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 1991.
Paulo César Pereio | Visões Políticas e Religiosas
Paulo César Pereio era um comunista e ateu fervoroso. “Pereio era conhecido por ser um ateu e comunista ardente, que era fortemente contra a estátua do Cristo Redentor, afirmando que viola a constituição secular do Brasil e arruína a beleza da montanha. Desde o final do século XX, ele coletou assinaturas para sua remoção.”
A afirmação de que a estátua do Cristo Redentor viola a constituição secular do Brasil não é precisa com base nas informações fornecidas.
Pereio “era fortemente contra a estátua do Cristo Redentor, afirmando que viola a constituição secular do Brasil e arruína a beleza da montanha.” Essas eram as opiniões pessoais e reivindicações de Pereio de que a estátua violava o secularismo, não um fato legal estabelecido. Como ateu e comunista declarado, ele fez campanha pela remoção da estátua com base nessa crença.
Sua oposição parece ter sido uma posição ideológica, em vez de baseada na estátua realmente violar quaisquer princípios constitucionais na prática.
O status legal de símbolos religiosos em espaços públicos no Brasil é uma questão contínua e controversa que tem visto decisões conflitantes de diferentes tribunais e órgãos governamentais. Não há uma política nacional clara e definitiva, com decisões muitas vezes dependendo de como o secularismo e a liberdade religiosa são interpretados.
- Em 2012, o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ordenou por unanimidade a remoção de símbolos religiosos como crucifixos dos prédios judiciais do estado, citando a necessidade de preservar o secularismo e o pluralismo religioso.
- No entanto, em 2016, o Conselho Nacional de Justiça decidiu que a presença de imagens religiosas nos tribunais não compromete o estado secular ou a liberdade religiosa, considerando sua proibição uma forma de intolerância religiosa.
- Tribunais federais em São Paulo decidiram que a presença de símbolos religiosos em prédios públicos afirma a liberdade religiosa e respeita as tradições culturais brasileiras.
- O Ministério Público Federal levou um caso ao Supremo Tribunal Federal argumentando pela remoção de todos os símbolos religiosos de prédios federais e estaduais visíveis ao público, que ainda está aguardando uma decisão até 2024.
- O Supremo Tribunal busca equilibrar o respeito à pluralidade religiosa com as tradições católicas históricas do Brasil, concedendo a partes interessadas como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil status de amicus curiae.
- Embora proíba o estabelecimento de religião pelo governo, a Constituição de 1988 faz referência a “Deus” no preâmbulo e permite certas distinções legais à Igreja Católica, refletindo seus laços históricos com o estado brasileiro.
Paulo César Pereio | Amor e Casamento
Paulo César Pereio foi casado três vezes:
Cissa Guimarães (1976 – 1990, divorciados)
- Eles foram casados por 14 anos antes de se divorciarem em 1990.
- Eles tiveram dois filhos juntos – Tomás (nascido em 1978) e João Velho (nascido em 1984).
Suzana César de Andrade (divorciados)
- Eles tiveram um filho juntos chamado Gabriel (nascido em 1991).
Neila Tavares (divorciados)
- Eles tiveram uma filha juntos chamada Lara Velho.
Últimos Anos e Morte
O renomado ator e diretor brasileiro Paulo César Pereio faleceu em 12 de maio de 2024, aos 83 anos de idade.
Sua ex-esposa, a atriz Cissa Guimarães, prestou homenagem a ele no Instagram, dizendo “Brilhe, como sempre, nos palcos e telas do céu, para que todos possamos ser abençoados por seu talento, sua verdade e sua coragem”.
Pereio era conhecido por sua rebeldia e era defensor da liberdade de expressão e da crítica social. Ele foi uma figura-chave no influente movimento Cinema Novo do Brasil na década de 1960. Sua vida foi marcada por controvérsias, incluindo uma campanha em 2007 para demolir a icônica estátua do Cristo Redentor no Rio, a qual ele chamou de “obra de um engenheiro italiano” em vez de arte.
Apesar das controvérsias, o talento de Pereio e sua dedicação à sua arte eram inegáveis, segundo seu amigo e colega ator Stepan Nercessian.
Tributos de celebridades e da indústria cinematográfica lamentaram a perda deste “gigante do cinema”, enquanto reconheciam seu legado brilhante, porém complexo.
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obrigado